Élida Entrevista ::: Radialista Carlos Pereira

Há uns seis anos, quando entrei para estagiar na Rede Brasil, além de todas as minhas curiosidades e novidades, tinha certo alguém que eu ouvia pelo rádio e que tinha uma profunda admiração sem nem conhecê-lo pessoalmente. Era o querido radialista Carlos Pereira.

Quando eu soube que iria trabalhar no rádio e que iria conviver diariamente com o irmão Carlos, ele no programa Dia a Dia com Fé e eu na parte do radiojornalismo, que tinha entradas no programa dele, eu tremi na base. Não posso esquecer das inúmeras vezes que recebi o seu apoio quando não conseguia falar nada no rádio pelo nervosismo da estagiária aqui. (rsrsrsr).

No mês de outubro soube que ele estava comemorando 37 anos de profissão e muito me alegrei! Lógicoooo que eu iria entrevistá-lo!!! Ele é um exemplo de fé, força e coragem. Por isso dedico essas postagem e essa entrevista aos ouvintes do querido Carlos Pereira e aos iniciantes, como eu, nesse mundo maravilhoso do rádio! E ao próprio irmão Carlos! Obrigada por existir em nossa vida e ser essa pessoa maravilhosa e profissional! PARABÉNS POR 37 ANOS DE RÁDIO!

Você querido leitor (a), conheça um pouco mais do Radialista Carlos Pereira:

Blog da Élida Régis: Como e quando surgiu o interesse pelo rádio?

Carlos Pereira: Desde criança que eu sou "apaixonado" pelo rádio. Eu brincava de rádio apresentando programas e lendo notícias de jornais que eu encontrava, imitando os noticiaristas (com a mão no ouvido, é claro - risos).  Ainda muito jovem eu cheguei a montar aparelhos receptores de rádio chamados de baixo-falantes, que era acoplado a uma enorme antena erguida nas árvores. As pessoas com mais de 50 anos creio que saibam do que eu estou falando.

Blog da Élida Régis: O senhor sempre quis ser radialista? Se não, que outra profissão escolheria?

Carlos Pereira: Sim, eu sempre quis ser radialista, como eu disse antes, eu sempre fui "apaixonado" pelo rádio. Eu achava outras profissões bastante interessantes, como a de médico, por exemplo, que eu considero uma das mais bonitas.  No entanto, o meu interesse era pelo rádio. Até que em 1966 (no ano de uma grande cheia) eu recebi uma palavra profética. Naquela época eu tinha 12 anos (vão fazer as contas e descobrir a minha idade - risos). O Senhor levou-nos a um matagal - minha mãe, eu e uma vizinha nossa -, 4 horas da madrugada e ali através da sua serva entregou-me esta mensagem: "Eis que estou aqui entre vós! Criança, grande coisa tenho Eu contigo quando cresceres, colocar-te-ei numa posição para levares a minha palavra muito além, e muitos ficarão admirados e alguém dirá assim: 'Não é possível, aquela criança das pernas finas!!!'"

Homenagem dos ouvintes do Carlos Pereira

Blog da Élida Régis: São 37 anos de profissão. Já pensou alguma vez em desistir?

Carlos Pereira: Sim, nós somos falhos, por vezes vacilamos na nossa fé. Algumas pessoas imaginam que na nossa atividade só temos flores, que tudo é uma maravilha. Não é bem assim. É uma caminhada entremeada também de espinhos, sofremos às vezes incompreensão. Mas quando lembro da promessa que recebi da parte do meu Deus não posso jamais desistir.  Enquanto Ele permitir que eu esteja no rádio, vocês terão que ter paciência comigo. Meu desejo - não sei se será cumprido assim -, é que minha partida seja apresentando um programa. Quem sabe Élida Régis publicará em seu Blog (risos).

Blog da Élida Régis: Quais as vantagens e desvantagens da sua profissão?

Carlos Pereira: Depende. Se você se refere ao exercício da profissão na área secular ou religiosa. Vou contar um segredinho que talvez muita gente não saiba. Eu passei um pequeno período como Repórter Policial - eu era o Charles (risos) -, foi uma experiência porque via o cumprimento da palavra de Deus nas ocorrências que eu registrava. Quanta falta de amor ao ponto de um indivíduo cravar uma faca no estômago de outro e girar. Foi terrível ver aquele homem com um buraco no estômago. Na área religiosa é muito gratificante porque sabemos que estamos servindo a Deus e ao próximo.  O fato de contarmos com o carinho dos nossos ouvintes estimula a nossa jornada. Uma das desvantagens é que você às vezes sofre incompreensões e tem que engolir calado. Não vou falar de outras desvantagens.

Eu também sendo entrevistada \o/

Blog da Élida Régis: Quem ouve rádio geralmente fica imaginando como é a aparência do locutor. Alguém já lhe reconheceu pela sua voz ou se surpreendeu quando lhe viu?

Carlos Pereira: Diversos ouvintes já me reconheceram pela voz no ônibus, no metrô e nas ruas. Quando tem a certeza de que sou eu mesmo ficam felizes e me cumprimentam. É uma alegria recíproca. Interessante é que a maioria fica admirada com o meu físico. Muitos já disseram: "Eu pensava que o senhor era gordo, baixo e... careca". Calvo, até que estou ficando (risos).

Blog da Élida Régis: Qual a diferença do rádio de 37 anos atrás para o de hoje?

Carlos Pereira: A tecnologia mudou muito o rádio. Quando eu comecei em 1977, o operador de áudio, por exemplo, que era um sonoplasta tinha que ser muito bom. Ele operava com uma mesa de áudio, gravador de rolo, dois toca-discos de vinil com uma pilha de discos, cartucheira etc. Naquela época exigia-se mais que o locutor tivesse uma voz bonita, grave. Muitos locutores puxavam pelo "r", como Perrrrrrrnambuco e alguns outros detalhes.

Apresentando o programa Dia a Dia com Fé

Blog da Élida Régis: Qual a sua opinião sobre a transição do rádio AM para FM?

Carlos Pereira: É o grande problema da evolução tecnológica, chegando ao ponto de esquecerem as nossas tradições. O rádio tradicional é o AM! Acho que deveriam manter algumas emissoras transmitindo em amplitude modulada para contar a história para a próxima geração. Quem sabe, no arrebatamento o rádio AM pudesse ser útil para anunciar o grande acontecimento para aqueles que ficarem. Com o FM ganhamos um pouco em qualidade e perdemos em alcance. Nada justifica que sepultem uma tradição.

Blog da Élida Régis: Qual situação que o senhor pode destacar mais inusitada que aconteceu quando o seu programa estava no ar (ao vivo)?

Carlos Pereira: Ai, meu Deus, deixa eu lembrar. Acho que foi na primeira emissora a Rádio Continental. Desde o início das minhas atividades no rádio a nossa Equipe Contato Feliz cobria os eventos da Assembleia de Deus em Pernambuco. Em uma dessas transmissões, um batismo na Assembleia de Deus em Moreno, no final eu que estava no estúdio, pedi aos integrantes que estavam no templo que se despedissem. Foi quando um deles soltou esta "pérola": É, Carlos, eu estou... (procurando palavras) emocionalmente emocionado! É muita emoção. Esta frase ficou na história da equipe.

Blog da Élida Régis: Com tanta experiência no rádio, qual o conselho que o senhor deixaria para quem está no início dessa "empreitada"?

Carlos Pereira: Reconheço que não tenho essa experiência toda que você fala. O que eu aprendi no exercício da minha atividade, agradeço primeiramente a Deus, que foi Ele quem fez-me a promessa e cumpriu. Agradeço também a muitos outros colaboradores, como a minha esposa aos ex-integrantes da Equipe Contato Feliz e ouvintes. O conselho que eu daria é que você que escolheu essa profissão em algumas situações é necessário plantar para poder colher os frutos. Agradeça a Deus e ame a sua profissão. Faça o seu trabalho com satisfação. Pesquise em diversas fontes; na nossa profissão é fundamental ter algum conhecimento dos mais diferentes assuntos. Cuidado com o que você diz no ar, uma palavra dita não volta atrás. Procure ser rápido no raciocínio.

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E aí queridos. Gostaram da entrevista? Voltamos em grande estilo né?

Obrigada meu amigo Carlos Pereira. Tenho alegria e orgulho de dizer que te conheço e trabalho com o senhor!

Até a próxima pessoas!

Abraços.

Élida Régis