Quem é seu vizinho?

Gente... Estou voltando, aos poucos, com as postagens por aqui. Espero que estejam sempre conosco. O assunto de hoje não é sobre casamento, mas fala de sentimentos também.

Na semana passada, quase meia noite, recebi uma mensagem da minha mãe avisando que uma grande amiga da nossa família havia falecido, na verdade, descansado no Senhor (crente fiel não morre não é? Amém). Na hora que li a mensagem, ao lado do meu esposo, eu sofri. Pensei nos momentos tão bons que havíamos tido com a irmã Maria do Carmo, mas para mim a querida irmã Neném (ou Xu ou Xuxa como carinhosamente a chamávamos.)

A irmã Neném era vizinha da minha família há anos. Morávamos na Usina Santa Tereza quando éramos bem mais novos e ela já era nossa vizinha. Quando ela se mudou para Goiana comprou uma casa e chegou toda contente para dizer a minha mãe que iria se mudar. Ela brincou dizendo que finalmente ficaria “livre de nós”. Minha mãe perguntou qual era a rua que ela havia comprado a casa e pasmem: era ao lado, muro com muro, da casa onde meu pai estava construindo a nossa casa!!! (rsrs). Lembro que por muitas vezes esse assunto me fazia rir de como as coisas aconteceram...

A minha Xuxu era uma mãezona não só para seus filhos e netos como para mim. Lembro com saudade das diversas vezes que eu ficava tomando banho e cantando super alto no banheiro (lembram que a minha casa é colada com a dela?) e ela gritava pelo muro: “mãedinha! Vai gravar um cd é?”. E eu gritava do outro lado: “Se eu for lavar os cabelos se prepara que é o cd e o playback” (rsrsrs) Ahhh como ríamos disso.

Ela era uma vizinha à moda antiga. Sentava na calçada da casa, varia a frente, tirava os matos e sujeiras não só da casa dela como da minha porque eu dizia: “Eiii, faz o serviço completo né? rsrs. Ela dizia que não trabalhava na prefeitura de Goiana (hahaha). Ela era a vizinha que eu gritava pelo muro: “Xuu tem açúcar aí pra me emprestar?”Ou então: “Mainha pediu para eu pedir isso aqui a senhora...” Por muitas vezes: “Tem o que pra gente jantar de bom ai??” E ela sempre que podia nos atendia com todo amor do mundo. Ela era aquela que lavava roupa cantando, às vezes quase sem forças, mas nunca negou ao Deus que servia.

Quando marcamos a data do nosso casamento lembro-me que passei na calçada e ela estava sentada com seu esposo, o querido irmão Zé, a abracei e disse: “Xuxa, esse é o meu ano! Vamos casar e eu quero a senhora lá!” Infelizmente de uns meses para cá sua saúde estava debilitada entre idas e vindas ao hospital ela não pode ir. Com a agonia da preparação para o casamento e só indo à Goiana aos finais de semana, eu não a via muito, mas sempre procurava saber como ela estava.

Com poucas forças no seu corpo, ela nos deixou na noite do dia 13 de setembro.

Há mais de seis anos, quando me mudei para Recife, sabia que não seria fácil me acostumar com a vida na ‘cidade grande’ principalmente no item vizinhança, já que sempre tive vizinhos de verdade, que comem juntos, riem juntos, brincam juntos, conversam juntos, fofocam juntos... (rsrs) e na cidade grande, cheia de prédios, avenidas e pessoas ‘enclausuradas’, esse convívio é quase zero.

Essa semana, preparando o jantar para o marido, olhei pela janela da cozinha do meu apartamento e vi uma senhorinha bem parecida com a minha Xuxu. Meu coração chorou. Olhei para aquela senhora retirando os panos do arame e quis falar, quis começar uma conversa, mas não fiz. Ela me olhou, riu (eu ri de volta), entrou e fechou a porta... Triste né?

O que me motivou a escrever essa pequena reflexão é a pergunta que fiz primeiramente a mim, no título desse texto: quem é seu vizinho? O meu? Não sei. Não sei o nome daquela senhora como sabia do nome da minha Xuxa. Não sei dizer quantas pessoas moram no andar do prédio que eu moro. Não sei se eles têm filhos, cachorros ou gatos. Só sei que não ‘convivo’ com eles como deveria. Será que deveria? Sei que não tenho ‘cara’ para pedir açúcar quando precisar como fiz diversas vezes com irmã Neném... que pena, que triste!

Quantos questionamentos não acham? E você passa por isso também? Quem são seus vizinhos?

É preciso mudar isso? Vamos mudar isso?

#Refletindo

Até a próxima! 

Ps. Um abraço bem apertado a todos da família da irmã Neném. Deus console e conforte cada um de  vocês. Estamos orando.

Élida Régis

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